terça-feira, 30 de junho de 2009

Reproduzam e leiam.

Numa caixa de música em que tudo era dado pelo tempo, tudo era por ele limitado. A corda, pontualmente era dada por momentos, ao som do tilintar, “ tli-tlitli-tlitril-ti”. Os bailarinos no meio do mundo giravam no rodopiar da caixa encantados com a melodia.

A dança era conjugada com a música em que ambas eram curtas para a vontade da bailarina. O desejo dela era dançar uma infinita dança. “ Não! Não quero”- Dizia ele - Com ar sufocante, de quem o olhar era reparado de forma errada, acabando por ser visto como um ponto de esperança para que a dança infinita tão desejada por ela se se confirmasse.

“ Eu, mas eu… porque? Sou eu? É por ser eu?”- Dizia ela - Por isto viu-se a inexperiência, era novata. Não estava habituada a grandes palcos. Ansiedade, talvez isto fosse a causa como em todos os problemas deste género. Ela queria que o som nunca acaba-se. Olhou, o sol ainda estava no ar, ainda brilhava.

“ Pára com isso, achas mesmo!? Pára!?”- Dizia ele - O cansaço já se fazia notar, e a frustração salientava-se com o tom de voz. “pripripri-prilili-pripri!!!”, a melodia que os acompanhara começava a dar sinais de avanço no tempo como se de uma desafinação normal se trata-se.

“ Mas eu, eu…” – Dizia ela - a lágrima caiu e ela mais uma volta deu, “ eu quero, eu gosto, gosto de ti… deixa-me dançar, mostrar… e porquê! Porque é que tu não deixas!...” – a tristeza dela afundara-se, bateu no fundo… a dança já se fizera a passo lento. Olharam no céu, o sol já se punha, adivinhava-se que viria a lua, o céu acinzentado era cada vez mais acentuado e o frio tornava-se esquisito.

“ Não quero tropeçar e cair, não me quero enganar…”- dizia ele - já na contagem decrescente para o fim, “pli-pli” eram os últimos sons que se deviam de se fazer ouvir…

“Desculpa… desc..” A música acabou, a dança acabou. Tudo ficou parado à espera da corda lhe ser dada.

O desejo dela acabou e era infinito, o dele era apenas não enganar sentimentos, a dança não passou de dança. Não era dança cúmplice, não era de mãos dadas, era sim de um olhar, de uma parte, crente num infinito que nunca se pode alcançar quando se tropeça.

FIM

15 comentários:

U disse...

na dança não se racionaliza.
sabes que depois daquela conversa, este texto só me veio acentuar o que se anda a passar.
mas está lindo, como já tinha dito.

beijinho ed *

Autor Desconhecido disse...

bem, esmeraste-te hã??
tá curtido sim senhor... talvez às vezes as coisas só precisem de um pouco mais de corda... ou então pilhas novas, se é que me faço entender...

abraços

al disse...

oh ed, tá bonito sim :) tens de escrever mais histórias destas ..

abraço ed *

Inês disse...

está tão bonito!

adorei *

Inês disse...

foleiro? o que é que andaste a fumar? ahah, estou a brincar
ficou super bonito, acredita

está tudo mais ou menos, e contigo?

Sofia da Gama disse...

amei, está verdadeiramente lindo *.*

vieram-me as lágrimas aos olhos :$ escreves tão bem!

Sofia da Gama disse...

não precisas de agradecer, o texto está mesmo bonito *.*

não esperavas? porquê?

P.S.: não me trates por "você", siim? :D

Sofia da Gama disse...

obrigada por me seguires :D

Sofia da Gama disse...

huum está bem :D

tambem estou a seguir o teu :p

Sofia da Gama disse...

ahahahaha não se perde nada :O

x'DD

Sofia da Gama disse...

ahahahaha

não se perde nada :O

x'D

B. disse...

mas que texto L-I-N-D-O! :o

Anónimo disse...

"a melodia que os acompanhara começava a dar sinais de avanço no tempo como se de uma desafinação normal se trata-se."

Este texto está belíssimo, Ed!
Adorei, adorei!

Beijinho :)

CátiaPandeirada disse...

Está mesmo fascinante, ó ed!
Cativa mesmo :)

Beijinhoo *

cris disse...

bom post!!!! esse estagio, como correu? bj